O coral Siderastrea stellata é considerado uma espécie bastante comum ao longo do litoral do Brasil. Embora possua uma boa capacidade de recuperação, essa espécie tem sofrido com o aquecimento global, que causa o branqueamento das colônias e morte dos indivíduos, afetando sua distribuição e abundância. Com o intuito de se conhecer a situação atual do coral S. stellata na costa Oeste potiguar, esse estudo verificou a porcentagem de cobertura de colônias saudáveis e branqueadas. Para tal, foram selecionadas duas poças de maré na praia de Upanema, Areia Branca as quais foram monitoradas durante um ano. Em cada poça foram realizados dois transectos perpendiculares à linha de costa, trimestralmente em junho/2019, outubro/2019, fevereiro/2020 e Junho/2020. A porcentagem de cobertura das colônias e a verificação da situação (saudável ou branqueada) foi mensurada através da técnica de fotoquadrado com auxílio de um quadrado de 76x66cm subdividido em 15 quadrados menores de 15x22 cm. Em laboratório as imagens foram processadas no programa PhotoQuad. Parâmetros abióticos como temperatura e salinidade foram também medidos, utilizando termômetro digital e refratômetro, respectivamente. Para o primeiro mês o coral S. stellata apresentou 12% de cobertura. A cobertura de colônias branqueadas chegou a 5% das colônias. No segundo mês houve um acréscimo e a cobertura do S. stellata correspondeu a 16%, com 7% de branqueamento. Já no terceiro mês o coral apresentou 15% de cobertura, e houve um decréscimo de corais branqueados, com 2% de colônias branqueadas. Ao quarto mês os corais apresentaram 11% de cobertura, e apenas com 1,8% das colônias branqueadas. Os dados revelaram que a porcentagem de corais branqueados oscilou do primeiro mês ao último (7% a 1,8%), o que mostra a resiliência e capacidade de recuperação das colônias, evento já escrito por outros autores. O evento de branqueamento de S. stellata tem sido registrado por vários autores na costa brasileira e, embora com pouca cobertura de corais branqueados, a identificação do fenômeno de branqueamento em todos os meses amostrados revela que o evento ocorre o ano inteiro, fato que demanda um monitoramento contínuo. Ressalta-se ainda que a área de estudo é bastante frequentada por banhistas, principalmente moradores locais, e os corais estão sujeitos ao impacto por pisoteio, o que pode comprometer a saúde desses animais. O conhecimento sobre a cobertura e a saúde dos corais é de fundamental importância, uma vez que esses animais são considerados bioindicadores de mudanças ambientais, particularmente mudanças climáticas, gerando dados que podem ser utilizados para o monitoramento e conservação da biodiversidade marinha potiguar.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas